Árvores que dão nome: Murici é município inspirado por fruto rico em minerais

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Início da série especial para o Mês do Meio Ambiente apresenta a história de cidades homônimas a espécies da flora alagoana

Janderson Oliveira

Alagoas abrange 102 municípios e muitos deles possuem o mesmo nome de espécies da flora nativa, não por acaso. O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) destaca quatro cidades com essa característica, toda terça-feira do Mês do Meio Ambiente 2021. Iniciamos esta série com Murici, cidade-fruto com a maior área contínua de Mata Atlântica do Nordeste.

Diz a história contada que por volta de 1810, o monge Frei Domingos plantou um “muricizeiro bravo” numa região por volta da antiga Vila dos Macacos. A árvore cresceu e sua sombra era aproveitada por viajantes para descansar e vender produtos. Os frutos deram origem ao povoado homônimo, Murici, reconhecido como cidade pela Lei Estadual nº 15 de 1892.

Anos depois, em 1997, a Lei Estadual nº 5.907 criou a Área de Proteção Ambiental (APA) de Murici, a maior de Alagoas. São 116.100 hectares que abrangem os municípios de Murici, União dos Palmares, São José da Laje, Ibateguara, Colônia Leopoldina, Novo Lino, Joaquim Gomes, Messias, Branquinha e Flexeiras.

A APA tem o objetivo da preservação das características dos ambientes naturais e o ordenamento da ocupação e do uso do solo.

Ela incorpora áreas de domínio às bases da Escarpa Cristalina Oriental do Planalto da Borborema a um nível de 500 metros acima do mar, proporcionando áreas serranas e grandes quedas d’água, a destaque do pico da Serra no Morro do Cruzeiro, frequentado por praticantes de asa delta, e da Cachoeira da Tiririca, na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Boa Sorte.

Vista do ponto mais alto da Cachoeira da Tiririca, em Murici. Foto: Ascom/IMA

A bacia hidrográfica de Murici é formada por importantes afluentes que banham Alagoas, os rios Mundaú, Santo Antônio, Meirin e Camarajibe.

A riqueza da Floresta Ombrófila de Murici ainda foi reconhecida em 2001 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) com a criação da Estação Ecológica de Murici, que também abrange os municípios de Flexeiras e Messias. A unidade de conservação federal tem 96.466 hectares de extensão.

Murici é fruto rico em cálcio e vitamina C

Há cerca de 200 espécies de muricizeiros espalhados, principalmente, pela Mata Atlântica do Nordeste e Floresta Amazônica.

O fruto, murici, é pequeno (1,5 a 2 cm) e amarelo, quando maduro. A polpa carnosa e macia atrai o consumo in natura ou em forma de suco, mas também em geleia, sorvete e licores.

Murici em conserva. Foto: Túlio Tsuji / Flickr

O sabor único é fonte de fibras, carboidratos, proteína, lipídios, cálcio, fósforo, potássio, magnésio, ferro e vitaminas A, B6 e C.

Estudos na academia com diferentes frutas exóticas do Brasil concluem que o murici é um fruto com altos níveis de atividade antioxidante e que desempenha um papel essencial na prevenção de doenças, como diabetes, câncer e osteoporose.

Para saber mais sobre municípios com nome da flora alagoana, acompanhe o site e as redes sociais do IMA, com programação especial durante o Mês do Meio Ambiente.